O Acre agoniza no fim do verão (setembro) e se exagera no inverno (fevereiro), patrimônio d'água que varia de localização, ora na calha do rio, ora vapor acima da terra. Na atmosfera, desloca-se com pouco atrito e chove abastecer as plantações de outras regiões. Também alaga aquelas regiões.
Somos parte da mesma dinâmica: corpos e trabalhos profissionais influenciados pelo grande ciclo. No entanto, urbanos concentrados em mínimos movimentos, optamos por negar a interligação entre planeta e cotidiano. Duas vezes incompetentes, classificamos como desastre o que é natural.
Trágica é a atrofia mental que, tanto arrogante quanto ignorante, continua a testar os limites do planeta, quando já ficou claro que excedemos o espaço que nos cabe. Assim, infelizmente as catástrofes ambientais continuarão acontecendo nestas e em outras paragens, sempre fazendo a ruína dos mais pobres.
Enquanto isso, poucos metros acima do barranco, aqueles que tomam as decisões lucram com a "gratuidade" dos recursos naturais.